Nem foi Tempo Perdido.
Atualizado: 29 de Jan de 2020
Vinte anos se passaram e com ele toda a infância, a tal inocência e o medo do escuro. Pedi pouco desses últimos anos, mas o pouco já era muito e com isso aprendi a lidar com o que falta e principalmente com o que sobra, não que isso seja ruim, mas talvez isso seja a nossa melhor lição, saber usar aquilo que temos e que ninguém mais quer. — As vezes meu mau humor, minha grosseria, maluquice e sinceridade. — Coisas que não dá para se jogar fora, o que fazer então? Essa talvez seja a melhor pergunta esse ano, pois sei que sou uma pessoa difícil de lidar, e normalmente o que nos falta é o que as pessoas procuram encontrar em nós. Descobri que se olharmos bem temos mais sobras que falhas e faltas e reclamamos de barriga cheia. Minha loucura foi o que sempre sobrou, — Meu lado Foda-se de ser. — e é o que mais me agrada, ponto positivo, criei assim o melhor jeito de ser Eu mesma a partir dessas sobras. Sou mais feliz após essa lição de casa: Ser o que se é até as últimas consequências, seja para o bem ou para o mal, pro ótimo ou pro ruim. Carpe Diem. Descobri uma Bianca mais forte, mais frágil e mais Ela, difícil de explicar, apenas sentir, fazer e viver. Durante muito tempo fiquei me explicando, este ano não foi diferente, tirando por uma coisa: Pedi minha demissão, sem pensar, sem consultar ninguém, sem me explicar, apenas cansei e sai fora, do nada, ou quase do nada. Hoje me sinto muito melhor. Temos o péssimo hábito de nos tornamos escravos de nós, por comodismo ou por ter que dar muitas explicações, no meu caso os dois. O que não pensei, foi que isso afetaria todo o sistema organizado da minha vida, sem trabalho quem pagaria minha faculdade? Mamãe? JAMAIS. Se tem algo que não abro mão é de me virar. — Orgulho da minha parte. — Isso me fez mais bem do que eu levianamente pensava, a reorganização do sistema falido me fez correr atrás do verdadeiro objetivo da minha vida, assim consegui crescer muito mais, ainda não está fácil, mas está caminhando. Sou mais madura — Não gosto dessa palavra, “Madura”, me soa tão pesado, ridículo. — para dizer cansei de agonizar por “necessidade”, faço o que amo e isso um dia irá me bastar. Lindo é descobrir a sua música do ano assim, curtindo um show numa noite e apenas viajar com a letra, só pensar que ela é muito minha esse ano. É mais lindo ainda, porque não teria graça descobri-la logo no começo do ano, teve que ser há algumas semanas atrás, teve que ser de surpresa e teve que ser agora. A letra dela cabe em gênero número e grau, passei de chuva à sol, de solidão à multidão, bons e maus momentos, rebeldia e mansidão, promessas não feitas, a pressão da responsabilidade, o selvagem, o leão por dia e ainda sim, não se preocupar, não mais, com o que será amanhã, já que o mundo não acabou, — ainda. — saber que a vida é assim, que temos nosso próprio tempo, para aprender, todo o tempo do mundo para viver, para ser, e concertar nossos erros, somos tão jovens e não temos tempo a perder. Para quê sofrer em vão? Para quê agonizar o medo de perder? De não ser o bastante, de não ser perfeita, de não bastar? Se você ama, luta, se não é agora, tenha fé, confia que um dia será. E já estamos distantes de 2012, que venham novos sonhos, planos e tempestades, porque não foi tempo perdido, não foi em vão.
— Lição para o ano que vem: Fazer tudo o que se pode fazer, sem medo de ser FELIZ e por AMOR. —